A campanha política começa oficialmente em 6 de julho, mas os candidatos à Presidência nas eleições de outubro já estão com os jingles nas ruas. Conhecidas por grudarem na cabeça de quem as escuta, as musiquinhas são peças-chave para qualquer campanha e todo brasileiro sabe que um bom refrão deixa marcas. Os jingles fazem parte da história do país e já embalaram manifestações de apoio a importantes políticos brasileiros, como Jânio Quadros e Juscelino Kubitschek.
“Eles são uma espécie de isca. Com a música, o político quer chamar a atenção das pessoas”, explica o especialista em marketing político Gaudêncio Torquato. Segundo Torquato, o jingle é a mensagem mais curta e mais sintética para expressar a identidade do candidato, seu perfil, sua índole, sua cultura e suas propostas de campanha. “Os jingles devem ter beleza na construção poética, devem ser emotivos e criativos”, ressalta Torquato.
E quem não se lembra da música Lula, lá?. Ela marcou a primeira campanha à Presidência da República de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989, e emocionou os eleitores que votavam pela primeira vez depois da ditadura militar. O jingle pegou tanto que os marketeiros do político o usaram informalmente nas campanhas seguintes (1994,1998 e 2002). “O jingle do Lula da campanha de 1989 comoveu o eleitor mostrando um cidadão que saiu de uma classe baixa e conseguiu vencer na vida pela luta”, diz Gaudêncio. Ele foi tão importante que é lembrado com emoção até hoje pelos brasileiros.
Velhinho
Em 1989, não foi apenas Lula que conseguiu colar os jingles na cabeça dos eleitores. Ullysses Guimarães com o jingle Bote fé no velhinho e Afif Domingos, com o Juntos chegaremos lá, também marcaram presença com as músicas que são lembradas até hoje, 21 anos depois.
Ainda naquele ano, José Maria Eymael concorreu à Presidência. Ele não venceu as eleições, muito menos ficou entre os mais votados. No entanto, o candidato ficou famoso em todo o país pelo refrão “Ey, ey, mael, um democrata cristão”. O jingle havia sido criado em 1985, quando Eymael se candidatou pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC) para prefeito de São Paulo. O político contou que pensava ter um nome difícil de ser assimilado pelas pessoas. “Quando ouvi, tive a certeza de que ele ia fazer parte da minha história política”, disse o político.
Segundo Luiz Cláudio Lourenço, da Universidade de Brasília (UnB), os jingles políticos surgiram na indústria fonográfica brasileira em 1905. “O jingle político no país surgiu antes mesmo do comercial”, ressalta. Na época, os jingles eram representados pelas paródias e críticas aos candidatos. Mesmo com a popularização da televisão, o jingle político não caiu em desuso e continuou a ser usado como arma de campanha, na forma de videoclipe.
E essa foto? É o Sergio Cabral dançando ao som do seu jingle? Não, aí é ele na Parada Gay do Rio.. Qual é a musica? Sei lá.. Acho que I will survive...
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/06/20/politica,i=198538/OS+HITS+POLITICOS+ESTAO+DE+VOLTA.shtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário