domingo, 4 de julho de 2010

Precisamos de mão de obra

Eu sabia que isso ia acontecer... Agora aqui é o lugar, o Eldorado... Mas uma coisa é certa, precisamos de mão de obra, mas qualificada... Porque desqualificada temos aqui, e que poderia ser treinada e utilizada, desse modo acabaríamos com uma boa parte do desemprego existente... Ora, se já temos miseráveis aqui, não é interessante que outros venham para cá, por isso defendo uma política de imigração que favoreça a mão de obra qualificada. Por falar nisso, andando no centro de São Paulo, ali na região da República, vemos muitos africanos que por não terem qualificação, acabam vendendo artesanato, bugingangas na rua.. Já aqui em Brasilia são os chineses vendendo suas coisas barulhentas que brilham... E aí, isso é interessante para a economia do país?
Com a economia brasileira em franca expansão, demanda por trabalhadores é grande
A remessa de divisas por trabalhadores estrangeiros fixados no Brasil para os países de origem nunca foi tão grande. Dados do Banco Central mostram que, de janeiro a maio deste ano, nada menos do que US$ 322,7 milhões saíram do território nacional, 52,3% a mais que o registrado no mesmo período do ano passado. Motivo: com a economia brasileira crescendo entre 7% e 8% ao ano, o país se tornou um dos principais polos de atração de mão de obra do mundo - sobretudo de pessoas com alta qualificação.

O oposto está ocorrendo com os brasileiros. Desde o estouro da bolha imobiliária americana em setembro de 2008, que levou à quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, aqueles que tentaram a sorte no exterior estão sofrendo o diabo com a estagnação econômica dos países mais ricos, em especial os Estados Unidos e o Japão. Quando comparados os cinco primeiros meses deste ano com igual período de 2009, o envio de recursos desse grupo de trabalhadores encolheu US$ 22 milhões.

Mas a situação desses brasileiros é mais difícil do que se imagina. Sem condições de trabalho, muitos dos que estavam no Japão, os dekasseguis, tiveram que fazer o caminho de volta. Entre outubro de 2008 e março deste ano, cerca de 80 mil deles retornaram para o Brasil. As remessas daquele país para cá, que giravam em torno de US$ 94,1 milhões por mês no auge da crise mundial, caíram a um terço: foram apenas US$ 30,7 milhões em maio último.

Generosidade

Para o governo, não há perspectiva de inversão desse quadro tão cedo. Ou seja, a tendência é de as remessas de trabalhadores estrangeiros do Brasil para os países de origem continuem crescendo e as de brasileiros para cá diminuam ou se estabilizem, pois ainda vai demorar muito para que os países ricos saiam do atoleiro. Mas esse quadro não assusta: o Brasil nunca precisou tanto de trabalhadores preparados para atuar em setores que demandam elevado nível de conhecimento.

Dados do Ministério do Trabalho apontam que o número de estrangeiros com autorização para trabalhar no Brasil triplicou nos últimos cinco anos. Eram apenas 5 mil nos primeiros três meses de 2006. No mesmo período deste ano, foram 11,5 mil registros. A evolução anual também é surpreendente. Em 2006, o Ministério do Trabalho autorizou 25,4 mil estrangeiros a trabalharem no país. No ano passado, foram 42,9 mil - um salto de 68,8%.

Na avaliação do coordenador-geral de Imigração do Ministério do Trabalho, Paulo Sérgio de Almeida, em geral, os trabalhadores estrangeiros são altamente qualificados e vêm trabalhar em funções com carência de mão de obra local. Os salários são, portanto, elevados. É o caso dos estrangeiros com visto de temporário para o setor de produção e exploração de petróleo e gás natural. Muitos vêm em embarcações e plataformas. Entram ainda na conta do ministério diretores e executivos que vêm trabalhar em filiais de empresas estrangeiras sediadas no Brasil.
É o caso de Rui Carvalho, 35 anos, morador do Lago Sul. O português migrou para o país há um ano, com a proposta de participar da montagem da Wixx, empresa de acesso à internet, no cargo de diretor financeiro. Apesar de contar com toda a estrutura pessoal em Brasília, onde vive com a mulher brasileira e o casal de filhos, precisa enviar recursos para Portugal periodicamente para financiar a manutenção do patrimônio que deixou na Europa. "Meu contrato é de três anos, mas isso não significa que minha estada aqui acabará nesse prazo. O Brasil é um país de fácil integração, além das afinidades culturais, o povo é receptivo."

Latinos lideram

O Brasil é visto hoje por muitos trabalhadores da América Latina como os Estados Unidos de até bem pouco atrás em termos de oportunidades para se ganhar dinheiro. E, para o Ministério do Trabalho, o número de pessoas que estão empregadas no país é muito maior do que o grupo que recebeu autorização para ocupar uma vaga no mercado formal, devido à entrada ilegal de mão de obra. Os trabalhadores estrangeiros sem registro vêm, principalmente, da Bolívia, da Colômbia e do Peru. Mas mesmo essas pessoas enviam dinheiro regularmente para seus países para ajudar familiares. As estimativas apontam para a existência de cerca de 900 mil estrangeiros trabalhando no Brasil. Já o número de brasileiros no exterior é estimado em 3 milhões.

Limitações

Totalmente regularizada e adaptada ao Brasil, a cubana Elba Álvaro Rodrigues, 52 anos, residente no país há dois, sempre remete recursos para o marido e o filho que ainda moram na ilha caribenha. Médica veterinária, especializada em biologia molecular e microbiologia, ela trabalha na Sabinbiotec. Com visto definitivo, só lamenta a limitação do tempo que pode passar em Cuba. Para manter a autorização de permanência no Brasil, as viagens ao exterior devem ter duração de, no máximo, três meses. "Vim para trabalhar como cientista, mas é inevitável que a renda do meu trabalho aqui seja necessária para cuidar de minha família em Cuba", conta.

O português Rui Carvalho, diretor-financeiro de uma empresa de internet, diz que, depois da recente crise mundial, muitos imigrantes brasileiros deixaram Portugal. "Não me surpreendo. Isso tem a ver com o contexto econômico global. Fala-se que o Brasil pode crescer na casa dos 7% ao ano. Então é natural as pessoas irem atrás das oportunidades", diz.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/07/04/economia,i=200735/COM+A+ECONOMIA+BRASILEIRA+EM+FRANCA+EXPANSAO+DEMANDA+POR+TRABALHADORES+E+GRANDE.shtml

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