Finalmente a exposição que eu mais queria, chegou a Brasília.... E tá aí, uma ótima oportunidade para todos verem como funciona o corpo humano...
Se houver certa magia em olhar para os 12 cadáveres siliconizados de Corpos — A exposição, ela está em algo que fascinaria até Michelangelo e Leonardo da Vinci: cada detalhe do funcionamento humano pode ser visto de dentro, ao vivo e em cores. A mostra — em cartaz no estacionamento do ParkShopping — é uma das cinco versões que circulam pelo mundo sob a responsabilidade do doutor Roy Glover, um ex-professor de anatomia da Universidade de Michigan (EUA) que trocou a sala de aula pela direção de uma das exposições científicas mais visitadas do século 21. Cerca de 15 milhões de pessoas já viram os corpos mumificados do dr. Glover.O médico sabia, desde o início, em 2004, que seu empreendimento seria um sucesso. “As pessoas não têm muita informação sobre o funcionamento do próprio corpo”, diz. “Há todo tipo de informação circulando e algumas delas são complicadas demais, as pessoas não entendem como seus corpos funcionam e como cuidar deles. Então, para mim, foi uma grande oportunidade me engajar em ensinar o público sobre algo que me interessa muito.”
Corpos não chega a ser chocante, embora se trate de seres humanos com expressões faciais tão preservadas que tornam inevitável o questionamento sobre suas identidades. Há momentos especialmente curiosos nas nove galerias dedicadas aos diferentes sistemas funcionais do corpo. Na sala do sistema reprodutivo é possível constatar os diversos estágios de evolução durante a gestação. Há fetos preparados de maneira a ressaltar o esqueleto e outros, o desenvolvimento evolutivo. O módulo do sistema circulatório apresenta um esqueleto vascular que nos lembra o quanto somos frágeis e pulmões afetados pelo fumo apresentados ao lado de pulmões sadios, além de um cérebro com derrame, ensinam sobre doenças e disfunções.
Técnica
Há cerca de duas décadas, quando corpos tratados com a técnica da polimerização foram mostrados ao público pela primeira vez, houve polêmica. Na época, o médico alemão Gunther von Hagens encarava os corpos como obras de arte. Acabou acusado de estetizar os cadáveres, ideia que Glover critica e lamenta. “Nossas exposições são similares, mas fazemos as coisas de forma diferente. No entanto, uma coisa que fazemos do mesmo modo: educar o público”, diz.Corpos, Glover defende, é uma exposição científica e não uma mostra de arte. Também não trata da morte. “Os corpos são usados há séculos para estudar nossa saúde e nos ensinar como viver melhor. Essa exposição não é sobre corpos mortos, é sobre vida, saúde e bem-estar e como o corpo humano pode nos ensinar a sermos mais produtivos e viver vidas mais satisfeitas.”
Segundo Glover, todos os corpos da exposição vieram de doações para escolas de medicina na China. O fato provocou desconfiança quando Hagens realizou a primeira exposição nos anos 1990. A revista alemã Der Spiegel acusou o médico de trabalhar com cadáveres de prisioneiros políticos. Nas mãos de Glover, a polêmica não se instalou, embora os corpos continuem sendo fornecidos pela China. “Eles têm os melhores dissecadores do mundo”, explica. “Para isso é preciso ter destreza e ser paciente. Eu não poderia fazer o que eles fazem.” Além de corpos, há também 200 órgãos tratados com a mesma técnica de preservação.
O que Roy Glover disse
» “Eu sabia que seria um sucesso. Medimos ele com o número de pessoas que já viram a exposição, mas sobretudo com a maneira como as pessoas compreendem a exposição, se estão aptas a usar as informações de uma maneira positiva para melhorar suas vidas, para ter uma saúde melhor”
» “Queremos que as pessoas entendam a dinâmica dos corpos em movimento porque é assim que vivemos no cotidiano. Respiramos, corremos, pulamos e queríamos que as pessoas vissem como o corpo realiza tudo isso. Uma vez preservado, nós o colocamos em posições dinâmicas, assim as pessoas podem se deixar levar pelo que estão vendo e ver como isso acontece”
Polimerização
1 » O sangue é retirado e substituído por formol
2 » A dissecação separa órgãos, músculos, veias e todos os sistemas do corpo. Pode durar entre um e dois anos
3 » Formol e água são removidos com um banho de acetona
4 » O corpo é imerso em silicone em um recipiente a vácuo. O silicone substitui a acetona. O corpo é manipulado para a pose desejada
5 » O silicone é endurecido com um processo químico que retira o odor do corpo
Visitação até 19 de dezembro, de segunda a domingo, das 10h às 21h, no estacionamento coberto do ParkShopping. Entrada: R$ 40 e R$ 20 (meia). Classificação indicativa: Livre.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/15/diversaoearte,i=218123/EXPOSICAO+CORPOS+CHEGA+A+BRASILIA+E+REVELA+O+QUANTO+SOMOS+FRAGEIS.shtml
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