Você tem a mania de guardar tudo? Eu já fui assim.. Oh que pobreza... Galera, temos de jogar fora o que não nos serve.. Sejam roupas, calçados, relacionamentos.. Tudo o que não presta temos de jogar fora!! Vejam que bacana essa matéria:
Não existe vida nem história sem objetos, dizem os antropólogos. Isso explica os museus, as coleções de selo e até a pilha de revistas no canto da estante.Não explica, porém, como e por que cada vez mais há quem adore (e estoque) bugigangas que, segundo a definição do dicionário, já deveriam estar no lixo.
"Objetos são muito mais simbólicos do que funcionais. Eles têm valor afetivo", diz o antropólogo Everardo Rocha, da PUC-Rio. "Cada um quer ser curador da própria vida, ter uma coleção imensa de objetos. Muitas pessoas não sabem mais o que é lixo e o que não é."
A antropóloga e pesquisadora da Unicamp Valéria Brandini diz que os objetos carregam escolhas. Por isso é tão difícil jogar fora algo que, para os outros, não passa de quinquilharia. "Livrar-se de uma roupa velha pode significar perder uma parte de você, mesmo sabendo que aquilo pode ser útil para alguém."
EU OU O LIXO
A princípio, não há nada de errado em acumular coisas. Até que suas coleções sejam tantas que passem a incomodar alguém. O comerciante Sérgio Valente, 42, não aguentava mais viver junto com as roupinhas de bebê de seus filhos, já adolescentes. Sua esposa, Neide, 41, publicitária, fazia questão de guardar tudo. Tinha pilhas de roupas de todos os tamanhos (para usar se engordasse), utensílios de cozinha velhos e congelados vencidos. "Ela é desorganizada e dizia que não tinha tempo para arrumar. Dei um basta e insisti para contratarmos alguém que ajudasse nisso." Foram 11 dias de trabalho de uma especialista em organização e mais de 60 sacos de lixo de cem litros. E muitas coisas ainda ficaram.
De acordo com a psiquiatra Ana Gabriela Hounie, da Associação Brasileira de Psiquiatria, o colecionismo (mania de guardar objetos), quando em excesso, pode ser sintoma de transtorno obsessivo-compulsivo ou estar associado a depressão. Essas pessoas guardam dúzias de garrafas PET, escovas ou pilhas de enlatados. "Sempre há uma justificativa. Elas dizem que pode ser útil, que vão usar no futuro. Mas, no fim, nunca usam."
O psiquiatra Alvaro Ancona de Faria, da Unifesp, explica que ter um histórico de dificuldades financeiras pode desencadear o problema. "É um tipo de insegurança. Como se ela precisasse ter gasolina de reserva mesmo com o tanque cheio." Segundo Hounie, é difícil diferenciar o colecionismo saudável do transtorno. Muitas vezes, além de guardar, a pessoa compra sem controle.
Os casos mais extremos aparecem com a Síndrome de Diógenes --uma referência ao filósofo grego que vivia dentro de um barril. Quem tem a síndrome vive no meio do lixo, com pouca atenção à higiene, em um ato de autonegligência. "Há pessoas ricas assim. É um transtorno difícil de ser tratado porque quem tem não se incomoda", afirma a psiquiatra Bárbara Perdigão, autora de um artigo sobre o assunto publicado na última edição do "Jornal Brasileiro de Psiquiatria". Muitas vezes, nem terapia resolve. E, quando a casa é limpa, pouco tempo depois já volta a ficar como antes.
SEM LUXO
No fim de 2008, o empresário e escritor americano Dave Bruno, 39, decidiu que ia tentar viver com apenas cem objetos pessoais durante o ano seguinte. Foi o que ele chamou de "100 Thing Challenge" (o desafio das 100 coisas). O desafio foi vencido sem dificuldades, diz ele. Tanto é que, mesmo depois de terminá-lo, continua vivendo com pouco. Na última contagem, em agosto de 2010, tinha 94 pertences, incluindo as peças de roupa e descontando meias e cuecas. "Eu não acho que há alguma coisa sem a qual eu não poderia viver. Só não me livraria da minha aliança", disse ele à Folha.
"Objetos são muito mais simbólicos do que funcionais. Eles têm valor afetivo", diz o antropólogo Everardo Rocha, da PUC-Rio. "Cada um quer ser curador da própria vida, ter uma coleção imensa de objetos. Muitas pessoas não sabem mais o que é lixo e o que não é."
A antropóloga e pesquisadora da Unicamp Valéria Brandini diz que os objetos carregam escolhas. Por isso é tão difícil jogar fora algo que, para os outros, não passa de quinquilharia. "Livrar-se de uma roupa velha pode significar perder uma parte de você, mesmo sabendo que aquilo pode ser útil para alguém."
EU OU O LIXO
A princípio, não há nada de errado em acumular coisas. Até que suas coleções sejam tantas que passem a incomodar alguém. O comerciante Sérgio Valente, 42, não aguentava mais viver junto com as roupinhas de bebê de seus filhos, já adolescentes. Sua esposa, Neide, 41, publicitária, fazia questão de guardar tudo. Tinha pilhas de roupas de todos os tamanhos (para usar se engordasse), utensílios de cozinha velhos e congelados vencidos. "Ela é desorganizada e dizia que não tinha tempo para arrumar. Dei um basta e insisti para contratarmos alguém que ajudasse nisso." Foram 11 dias de trabalho de uma especialista em organização e mais de 60 sacos de lixo de cem litros. E muitas coisas ainda ficaram.
De acordo com a psiquiatra Ana Gabriela Hounie, da Associação Brasileira de Psiquiatria, o colecionismo (mania de guardar objetos), quando em excesso, pode ser sintoma de transtorno obsessivo-compulsivo ou estar associado a depressão. Essas pessoas guardam dúzias de garrafas PET, escovas ou pilhas de enlatados. "Sempre há uma justificativa. Elas dizem que pode ser útil, que vão usar no futuro. Mas, no fim, nunca usam."
O psiquiatra Alvaro Ancona de Faria, da Unifesp, explica que ter um histórico de dificuldades financeiras pode desencadear o problema. "É um tipo de insegurança. Como se ela precisasse ter gasolina de reserva mesmo com o tanque cheio." Segundo Hounie, é difícil diferenciar o colecionismo saudável do transtorno. Muitas vezes, além de guardar, a pessoa compra sem controle.
Os casos mais extremos aparecem com a Síndrome de Diógenes --uma referência ao filósofo grego que vivia dentro de um barril. Quem tem a síndrome vive no meio do lixo, com pouca atenção à higiene, em um ato de autonegligência. "Há pessoas ricas assim. É um transtorno difícil de ser tratado porque quem tem não se incomoda", afirma a psiquiatra Bárbara Perdigão, autora de um artigo sobre o assunto publicado na última edição do "Jornal Brasileiro de Psiquiatria". Muitas vezes, nem terapia resolve. E, quando a casa é limpa, pouco tempo depois já volta a ficar como antes.
SEM LUXO
No fim de 2008, o empresário e escritor americano Dave Bruno, 39, decidiu que ia tentar viver com apenas cem objetos pessoais durante o ano seguinte. Foi o que ele chamou de "100 Thing Challenge" (o desafio das 100 coisas). O desafio foi vencido sem dificuldades, diz ele. Tanto é que, mesmo depois de terminá-lo, continua vivendo com pouco. Na última contagem, em agosto de 2010, tinha 94 pertences, incluindo as peças de roupa e descontando meias e cuecas. "Eu não acho que há alguma coisa sem a qual eu não poderia viver. Só não me livraria da minha aliança", disse ele à Folha.
A escritora Letícia Braga, 39, decidiu viver com pouco depois de perder o marido e se ver em uma casa cheia de coisas que não usava. Mudou para um apartamento bem menor e deixou para trás móveis, revistas, eletrodomésticos e roupas. A experiência rendeu um livro: "O Prazer de Ficar em Casa" (Casa da Palavra, 80 págs., R$ 14,90). "Tenho um fogão de quatro bocas e quatro panelas. Tenho só uma gaveta de utensílios, e olha que gosto de cozinhar", diz.
ENTÃO LIBERA
Não é preciso ser tão minimalista, mas para a filosofia chinesa do Feng Shui, já passou da hora de dar destino às coisas inúteis que você insiste em dizer que não são lixo. "Objetos sem utilidade ocupam espaço físico e mental e dificultam a organização das ideias", diz Maria Elena Passanesi, especialista em cosmologia chinesa. Para a organizadora Ingrid Lisboa, bagunça é sinal de que algo está sobrando. "O descarte é o primeiro passo da organização", afirma. Segundo ela, todo mundo sempre tem algo no fundo do armário que não usa. Mesmo as pessoas mais organizadas e menos consumistas. "Roupa velha é o que mais guardam. A peça não serve, está fora de moda, e a pessoa pensa que vai voltar a usar um dia. Só se for a uma festa do ridículo."
DESCARTE SEM PENSAR
Tudo o que estiver quebrado ou velho demais. Vale para louças amareladas, panelas e potes de plástico sem tampa (ou tampas sem potes de plástico) e roupas velhas
PASSADO
Com alimentos e cosméticos é simples: passou a data de validade, lixo. Mas travesseiros, plásticos e escovas de dentes também vencem. Potes plásticos costumam ter validade de dois anos
NÃO COMPENSA
O conserto pode sair mais caro do que comprar um novo. É o caso de casacos de pele, peças de couro ou de verniz. A maioria dos eletrodomésticos também é descartável, como aparelhos de DVD e liquidificadores
PARADOS
Se você comprou faz um tempo e nunca usou, provavelmente nunca vai usar. Se você já usou, há uma tolerância. Alguns dizem que, para roupas, o prazo é dois anos. Para utensílios de cozinha, um ano
VÁRIOS DO MESMO
Três xampus pela metade, esmaltes da mesma cor e cremes iguais. Separe dois ou três e se livre do resto. Revistas e jornais com matérias não lidas podem ser recortados e guardados. Por que não imprimir receitas em vez de guardar pilhas de revistas que têm só uma receita boa?
PURGATÓRIO
Quando não tiver certeza se vai usar ou não um objeto, separe e deixe em um local visível por um tempo, como se estivesse de castigo. Coloque um limite de tempo (um mês, por exemplo). Se não usar durante esse tempo, é melhor doar
LIBERADOS
As exceções para as regras de uso são os sobretudos, casacos clássicos, agasalhos usados em viagens internacionais ou roupas esportivas (mergulho ou esqui) usadas em viagens. Livros de estimação e utensílios de cozinha temáticos e sazonais como formas de biscoito de Natal também são perdoados.
PASSE ADIANTE ROUPAS, ELETRODOMÉSTICOS E MÓVEIS
APAE DE SÃO PAULO Atende pessoas com deficiência intelectualAceita doações de brinquedos, livros, eletrodomésticos, roupas e móveis que serão usados pela própria instituição ou vendidos em bazaresComo doar: Retira em casa. Tel. (11) 5080-7123, SP; www.apaesp.org.br
CASAS ANDRÉ LUIZ Atende crianças com deficiência mentalAceita móveis, utensílios domésticos, livros, roupas, calçados etc. Tudo é vendido nas lojas do Mercatudo Casas André Luiz.O dinheiro é revertido para a instituiçãoComo doar: Retira na região de São Paulo, Campinas e Sorocaba. Tel. (11) 2459-7000, SP; www.mercatudo.org.br
AACD Atende crianças com deficiência físicaAceita roupas, sapatos, bijouterias e brinquedos em bom estado que serão vendidos em bazaresComo doar: Os produtos devem ser entregues na AACD, r. Pedro de Toledo, 1.620, Vila Clementino, SP, de segunda a sexta, das 8h às 17h; www.aacd60anos.com.br
LAR ESCOLA SÃO FRANCISCO Atende pessoas com deficiência física e mobilidade reduzidaAceita livros, roupas, brinquedos, móveis e eletrônicos em bom estado para o bazar da entidadeComo doar: Retira em casa. Tel. (11) 5908-7899, SP; www.lesf.org.br
EXÉRCITO DE SALVAÇÃO Auxilia populações atingidas por desastres naturais e vítimas de conflitosAceita roupas, móveis, brinquedos, sapatos, livros, computadores ou outros objetos que serão destinados a famílias carentes ou bazaresComo doar: Retira em casa. Tels. (11) 4003-2299, SP ou (21) 4003-2299, RJ; www.exercitodoacoes.org.br
PORTAL DA AJUDA Cadastra entidades que precisam de doação, recebe e distribui o que é arrecadadoAceita eletrodomésticos, móveis, roupas, brinquedos, material escolar, livros, itens de cozinha, itens de informática, material de construção etc. Os produtos são destinados a mais de 40 entidadesComo doar: Retira em casa. Tel. (11) 5181-1330, SP; www.portaldajuda.org.br. É possível escolher para qual entidade você quer doar
FUNDAÇÃO ABRINQ Desenvolve ações e projetos relacionados à proteção dos direitos da infância e da adolescênciaAceita qualquer tipo de doação. O material é repassado para instituições parceirasComo doar: Dependendo da doação, retira em casa. Tel. (11) 3848-4908, SP; www.fundabrinq.org.br
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/854699-juntar-bugiganga-demais-pode-ser-sintoma-de-toc-ou-depressao.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/854699-juntar-bugiganga-demais-pode-ser-sintoma-de-toc-ou-depressao.shtml
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